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Após confusão com fundador, Vivara, aos poucos, volta ao radar do mercado


O primeiro semestre de 2024 foi movimentado na Vivara. A rede de joalherias viu sua vida virar de ponto cabeça ao anunciar, em 15 de março, a saída do CEO Paulo Kruglensky e informar que Nelson Kaufman, fundador e maior acionista da empresa, voltaria a ocupar o posto. A notícia não agradou o mercado e derrubou as ações em quase 20% em apenas uma semana.

Em 10 dias, a companhia voltou atrás de sua decisão e trouxe Otavio Lyra, até então CFO da companhia, para o cargo de CEO. Mesmo assim, os papéis continuaram a perder valor, chegando a atingir mínimas de R$ 19,90, queda de 58% em relação ao período pré-crise.

Os últimos tempos foram marcados por incerteza no mercado, com analistas cortando as suas posições na companhia e aguardando por novos capítulos dessa novela. Agora, quatro meses depois dessa confusão, a Vivara começa a voltar ao radar do mercado de uma forma um pouco mais positiva.

Em relatório, o Itaú BBA, após deixar a rede em “revisão” em busca de melhor visibilidade sobre o futuro da companhia, espera que o preço-alvo dos papéis atinja R$ 32, próximo aos patamares anteriores ao caos. Isso representaria uma valorização de 40% em relação ao fechamento de terça-feira, 23 de julho.

A análise acontece depois de um encontro com Kaufman, atual presidente do Conselho de Administração da Vivara, e com Ícaro Borrello, COO da companhia, e marca a volta da cobertura à empresa com recomendação de compra.

O Itaú BBA afirma que a Vivara tem um novo objetivo de melhorar e capturar eficiência operacional, principalmente no negócio legado. Com isso, na visão dos analistas, a companhia pode ter uma interessante melhora no Retorno sobre o Capital Investido (ROIC), dada a pequena necessidade de adicionar capital.

Parece claro que o momento é de olhar para dentro de casa. E, com isso, alguns movimentos devem ser feitos no curto prazo, como o ajuste no sortimento de produtos, a melhoria nos custos e despesas e na estratégia de alocação de capital.

No primeiro ponto, os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi, Victor Rogatis, Clara Lustosa e Kelvin Dechen dizem no relatório que a empresa vê oportunidades para fazer ajustes no sortimento tanto nas marcas Vivara quanto Life, com gestão de SKU baseada na organização das lojas.

De acordo com a Vivara, a mudança se deve à implementação pouco otimizada da gestão de estoque nos agrupamentos de lojas no passado, o que causou um desalinhamento entre os SKUs desejados para as lojas e os produtos efetivamente enviados a elas, resultando em uma diluição nas vendas.

Para o Itaú BBA, ainda é cedo para avaliar quais serão os efetivos impactos da iniciativa. Porém, o processo, que teve início em maio, já mostrou sinais de aceleração das vendas, um ponto chave a ser monitorado daqui para frente.

“Se a Vivara aumentar seus estoques em R$ 100 milhões, por exemplo, seria necessário um crescimento de 2 pontos percentuais no delta anual do SSS (vendas das mesmas lojas) para ser neutro em termos de retorno sobre o capital investido”, afirmam os analistas.

Pensando em ganhos de eficiência, o banco vê oportunidades de redução nas despesas com pessoal, principalmente nas áreas corporativas. “De acordo com nossas estimativas, essas iniciativas poderiam gerar aproximadamente R$ 50 milhões a 70 milhões adicionais em Ebitda anual, que não estão completamente refletidos em nossas projeções”, dizem.

Em alocação de capital, a Vivara está focada no plano de expansão contínua de Life no Brasil, prevendo a abertura de 60 unidades em 2024 e 60 em 2025. Além disso, a fabricação dos produtos de Life também tem perspectiva de mudar.

“Existe um plano de verticalização da produção de Life, de 80% atualmente para 100% no futuro próximo – com uma redução de aproximadamente 3 vezes nos custos de fábrica em comparação aos produtos importados, além de ganhos fiscais aumentados”, informa o Itaú BBA no relatório.

Para os analistas, essa movimentação deve aumentar os ganhos fiscais da companhia no futuro, impulsionado por maior eficiência na cadeia de suprimentos e pela internalização de produtos. Esse quesito é computado como um potencial de valorização para as estimativas do banco.

Com todas essas iniciativas, considerando também os riscos de execução inerentes de todos os projetos citados, principalmente após várias mudanças de gestão, o Itaú BBA continua a ver a Vivara como a “consolidadora do mercado de joias no Brasil”.

“Além disso, a melhoria esperada no ímpeto dos lucros no segundo semestre de 2024 amplia o potencial de valorização. Negociando a 11x P/E 2025, o balanço positivo de risco-recompensa para a Vivara sustenta nossa visão positiva para o futuro”, complementam os analistas.



Fonte: Neofeed

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