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AstraZeneca informou ao governo em janeiro que não negociava vacinas por intermediários, mostra documento

Informação consta de e-mail enviado à CPI. JN mostrou que pasta deu aval em fevereiro a reverendo para negociar doses; policial também diz que esteve em negociação em fevereiro.

Documento enviado pelo Ministério da Saúde à CPI da Covid mostra que em janeiro deste ano a farmacêutica AstraZeneca informou ao governo que não negociava vacinas por intermediários no mercado privado.

Conforme o documento, datado de 29 de janeiro deste ano, uma diretora da empresa enviou um e-mail à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse e-mail foi enviado após a empresa ter sido informada que uma companhia em Vila Velha (ES) havia oferecido doses de vacinas ao governo brasileiro.

“Toda a produção da vacina AZD 1222 durante o período da pandemia é destinado exclusivamente a governos e organizações internacionais de saúde ao redor do mundo, ou seja, não há possibilidade de comercialização da vacina produzida pela AstraZeneca no mercado privado”, informava o e-mail.

Procurado pela GloboNews, o Ministério da Saúde não respondeu até a última atualização desta reportagem.

O Jornal Nacional mostrou, no entanto, que em fevereiro deste ano o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, deu aval para que um reverendo e a entidade presidida por ele negociassem 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro com a empresa americana Davati.

O diretor foi exonerado em 8 de julho, cinco dias após a reportagem ter ido ao ar.

Além disso, em depoimento à CPI da Covid, o policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da Davati no Brasil, disse ter participado de um jantar em fevereiro com o então diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, e negociado 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca.

Segundo Dominghetti, nesse jantar, Dias pediu propina de US$ 1 por dose de vacina. Em depoimento à CPI, o ex-diretor negou ter pedido propina, afirmando que Dominghetti é um “picareta”.

Em março deste ano, o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, se reuniu com representantes da Davati. O reverendo que recebeu aval do governo para negociar vacinas também participou do encontro.

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