
Brasil faz acordo para associação ao centro europeu de pesquisa nuclear | Agência Brasil
O Brasil poderá ser o primeiro país das Américas e o terceiro país não europeu a ser um membro associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), um dos maiores laboratórios de pesquisa em física de altas energias e física de partículas do mundo. Com 23 membro-estados e 10 associados, a organização opera o maior acelerador de partículas do mundo, o Grande Colisor de Hádrons (LHC).
O acordo foi assinado ontem (3) pelo Ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, em Genebra, na Suíça, e pela diretora do centro, Fabíola Gianotti, com a participação do representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Genebra, Embaixador Tovar da Silva Nunes. Apesar de o acordo ter sido acertado, para o Brasil integrar o rol de associados a filiação ainda precisa ser ratificada pelo Congresso Nacional.
Segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, a associação representa o reconhecimento da excelência da ciência brasileira. O novo status do Brasil permitirá que pesquisadores e empresas do país de acesso a acelerador de acesso e de outras áreas do CERN, incluindo market share de propostas da ordem de 500 milhões anuais.
O acordo, segundo o ministério, é um anseio das empresas, das universidades, da comunidade científica e deve trazer muitas vantagens para o Brasil. Além da pesquisa e do acesso aos equipamentos, em Genebra, permitirá às empresas brasileiras atuar como fornecedores da organização e participar de pesquisas de novas tecnologias e novas soluções, incluindo integrar o CERN no SLilus, o acelerador de partículas brasileiro.
Histórico
Em 24 de setembro de 2021, o Conselho Europeu de Pesquisa Nuclear anunciou a aceitação do Brasil como membro associado. Desde então, o governo federal, juntamente com a organização, passou a desenvolver o termo de adesão para formalizar a entrada do país. O acesso permitirá às empresas brasileiras desenvolver tecnologias para o CERN, assim como o uso da infraestrutura, em Genebra, por pesquisadores nacionais.