Chuvas no Rio matam 15 pessoas e bombeiros fazem buscas por desaparecidos | Agência Brasil
O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro ainda procura desaparecidos após as intensas chuvas que atingiram nesta sexta-feira (1º) e ontem (2) cidades diversas no Estado, especialmente na região da Costa Verde e na Baixada Fluminense.
Como resultado das estações do ano, 15 mortos já foram confirmados, sendo oito em Angra dos Reis, seis de Paraty e um em Mesquita. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de mais chuva para hoje (3).
O Estado vive um dos anos de maior preocupação com a pluviomeia. Em fevereiro, Petrópolis, na Região Serrana, foi severamente impactada com o tempo que deixou mais de 230 mortos. O episódio foi reconhecido pela cidade como a maior tragédia de sua história.
Diante das novas ocorrências no Estado neste fim de semana, o governador Cláudio Castro, do Estado do Rio, criou um gabinete de crise com a participação de várias secretarias. A força das chuvas no início deste sábado (2) causou grande impacto na Ilha Grande, no município de Angra dos Reis, na região da Costa Verde. Um deslizamento de terra arrasou árvores e casas e deixou completamente destruído a Praia de Itaguaçu. Comunidades da ilha famosa pelo turismo, como a Vila de Abraão, também foram bastante afetadas.
“Nas últimas 48 horas, Angra dos Reis alcançou o volume equivalente a 655 mm (milímetros) no continente, e 592 mm na Ilha Grande, os índices nunca se registraram anteriormente”, afirma a prefeitura em nota publicada em seu site. Diante do pano de fundo, foi decretado estado de emergência.
Moradores e comerciantes da comunidade de Pedras do Rio sofrem com inundações provocadas pelas intensas chuvas que causaram estragos em vários pontos do Estado do Rio de Janeiro. – Fernando Frazão / Agência Brasil
Na cidade de Paraty, ao sul de Angra dos Reis, um deslizamento de terra chegou a sete casas na comunidade costeira de Ponta Negra. O temporal na Costa Verde também afetou a rodovia federal BR-101, conhecida como Rio-Santos. De acordo com a Defesa Civil Nacional, entre Mangaratiba (RJ) e Ubatuba (SP), há 23 pontos interditados em razão de queda de árvores e deslizamentos de terra.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, seis pessoas ainda estão desaparecidas em Angra dos Reis e uma em Paraty. Helicópteros foram implantados para as operações de busca. ” Nossas aeronaves estão em ação. Equipes, equipamentos e insumos chegam via aérea dentro da logística da operação de resgate na Costa Verde, ” a corporação relatada através das redes sociais.
As Forças Armadas estão contribuindo com operações, fornecendo suporte para transporte de bombeiros, cães e dispositivos de busca e salvamento.
A Marinha divulgou hoje (3) que está apoiando a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil com uma aeronave SH-16. A ação faz parte da Mobilização de Apoio do Ministério da Defesa, em resposta ao desastre ocorrido em Angra dos Reis e Paraty, após as fortes chuvas do dia 1º de abril.
As Forças Armadas fornecerão apoio logístico para transporte de bombeiros, cães e equipamentos de busca e salvamento do Rio de Janeiro com destino a Angra e demais localidades afetadas, além do deslocamento de pessoal do Grupo de Apoio ao Desmatamento.
Aircraft SH-16 da Marinha participa de operação em Angra dos Reis e Paraty, cidades atingidas pelas fortes chuvas (Agência Brasil-Marinha do Brasil)
A aeronave SH-16 pertence ao Esquadrão 1º de Helicópteros Anti-Submarino, do Comando da Força Aeronaval, e conta com cinco militares compondo a tripulação. A aeronave também participou da implantação em apoio à Defesa Civil, no município de Petrópolis (RJ).
Outras regiões
O município de Nova Iguaçu, um dos mais atingidos na Baixada Fluminense, também decretou estado de emergência. O transbordamento do Rio Botas deixou bairros inteiros inundados e famílias completamente ilesas. No município vizinho, Mesquita, uma pessoa morreu enquanto sofria uma descarga elétrica em uma pista inundada.
A forte chuva também causou transtornos na Região dos Lagos. Uma barreira atrapalhou totalmente o tráfego na rodovia estadual RJ-106, entre Saquarema e Maricá. No Rio de Janeiro, o maior volume de chuvas foi registrado no início da noite desta sexta-feira (1º), criando bolsões de água que interditaram avenidas em diferentes bairros.
A situação foi monitorada pelo Centro de Operações. Em Laranjeiras, na Zona Sul da cidade, foram contabilizadas 132 milímetros entre 19h sexta-feira (1º) e 19h ontem (2), deixando a principal rota do bairro impassível por algumas horas.
Diante da previsão de novas temporadas, a Defesa Civil do estado pede que a população não permaneça em áreas de risco. É que há o risco de novas inundações, transbordamentos de rios e deslizamentos de encostas. A atenção é maior na Costa Verde. A Meteorologia mantém alerta para a região até o 11h de amanhã (4). De acordo com a previsão, ele pode ser acumulado até 100 milímetros.
* Matéria alterada em 15h23 para adição de informações