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Cinco estados registraram 409 femicídios em 2021 | Agência Brasil

Cinco estados registraram, juntos, 409 femicídios em 2021, ou seja, assassinato de mulheres comprometidas em função da vítima ser do gênero feminino. A constatação é da Rede de Observatórios de Segurança, que monitora a violência nos estados de São Paulo, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Ceará.imagem10-03-2022-14-03-58imagem10-03-2022-14-03-58

O boletim “Eles Viva: dados da violência contra as mulheres”, divulgado hoje (10), aponta 1.975 casos de violência contra a mulher (incluindo os femicídios) no ano passado nos cinco estados. De acordo com o estudo, um caso de violência contra a mulher é registrado a cada cinco horas e todos os dias uma mulher morre ao ser mulher nos estados monitorados. Em 65% dos casos de femicídios e 64% dos casos de agressão, os criminosos são companheiros da vítima. 

São Paulo teve um aumento de 27% milhões de registros ao longo do último ano e chegou a 929 eventos monitorados: 157 feminicídios, 501 agressões e tentativas de feminicídio e 97 estupros.

Por trás de São Paulo vem o Rio de Janeiro, que tem um caso de violência contra a mulher a cada 24 horas. Foram 375 casos de feminicídio e violência contra a mulher com 456 tipos de violência (um único evento pode ter mais de um tipo de violência). O Estado apresentou um crescimento de 18% nas inscrições em um ano. 

Pernambuco aparece na sequência com 311 registros de crimes contra mulheres. De acordo com a Rede de Observatórios, é o estado do Nordeste com o maior número de casos e o segundo entre os cinco estados em feminicídio, com 91 registros.

Na Bahia, há um caso de violência contra a mulher a cada dois dias. No entanto, houve uma queda de 31% nos registros da Rede. “No entanto, quando analisamos os tipos de violência sofridos por essas vítimas, podemos ver que não há uma grande variação quando se trata de feminicídio: foram 70 em 2020 para 66 casos em 2021”, diz a pesquisa.

O Ceará apresentou queda de 20% nos casos de violência contra a mulher. No Estado, foram registrados 160 casos de violência contra a mulher.

Quando a motivação das agressões e mortes são informadas, as três maiores causas apontadas são brigas (28%), rompimento de relacionamentos (9%) e ciúme (8%).

” Boa parte dos crimes contra mulheres divulgados nos jornais (85%) não traz as informações raciais da vítima. Mas, quando desconsideramos casos em que a cor da vítima não é informada, temos 50,7% de vítimas negras, 48,6% de branco e 0,7% indígena. Algo bacano para as pesquisadas da Rede é que quando se trata de mulheres brancas e de classes mais ricas para a cobertura jornalística ela tende a ser mais completa, ” diz a pesquisa.

O Ceará é o primeiro no ranking, pelo segundo ano, com 11 mortes de pessoas trans e registra a mais jovem vítima de transfobia no Brasil até hoje: Keron Ravach foi morto aos 13 anos cobrando uma dívida.

Transfemicida

De acordo com a rede, Pernambuco é o segundo estado em transfemicídio com dez casos monitorados. ” No último ano, no intervalo de menos de um mês, quatro mulheres trans negras foram atacadas e mortas. Uma delas, Roberta da Silva, teve 40% do corpo queimado “, aponta o estudo.

” Usar o termo transfemicida é crucial, já que, assim, é reconhecido que são mulheres expostas a feminicídios e transfobia, que se torna encarcerado como um problemático social. A sociedade que não reconhece nossos corpos não vê como a violência nos afeta, ” disse em nota, o pesquisador Daul Celeste, do Observatório de Segurança de Pernambuco.

Os dados do boletim são produzidos de forma independente a partir de um monitoramento do que circula na mídia e nas redes sociais sobre violência e segurança. De acordo com a rede, todos os dias, o pesquisador confere dezenas de veículos de imprensa, coletam informações e alimentam um banco de dados que é posteriormente revisado e consolidado. São dez categorias de crimes contra as mulheres: tentativa de femicídio e femicídio são os maiores registros no banco.

Após dois anos operando na produção de dados em cinco estados, a Rede de Observatórios, projeto do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), com apoio da Fundação Ford, chegou ao Maranhão e ao Piauí no segundo semestre de 2021.

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