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Com medo, família de Moïse pode receber concessão de outro quiosque | Agência Brasil

A família do congolês Moïse Kabagambe poderá receber a concessão de mais um quiosque no Rio de Janeiro, informou a Secretaria Municipal de Finanças e Planejamento. O município havia oferecido inicialmente a concessão do quiosque de Tropicália, onde o jovem foi espancado e morto no último dia 24 de janeiro, na Barra da Tijuca, mas os familiares do menino de 24 anos temem por sua segurança no local.imagem12-02-2022-16-02-26

Em entrevista à Rádio Nacional do Rio de Janeiro veiculada ontem (11), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judicial da seccional fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil, Álvaro Quintão, disse que a mãe e os irmãos Moïse não se sentem seguros em assumir o quiosque onde o crime ocorreu. O órgão acompanhou a família do jovem congolês e promoveu uma manifestação na última terça-feira (8) para pressionar pela solução do caso e repudiar a brutalidade e o racismo envolvidos no homicídio.

A família de Moïse relatou anteriormente que sofreu intimidação por parte de policiais militares (// agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022-02/PM-abre-investigados-sobre-ameaça-parentes-de-moise). Quinton explicou que a insegurança também se empresta porque os ocupantes do quiosque teriam expressado que não vão entregá-lo e pode haver mais envolvidos no crime ainda não identificado.

A Secretaria de Polícia Militar informou, no início desta semana, que abriu uma investigação para apurar denúncias de intimidação à família de Moïse. A investigação está sendo conduzida pela Delegacia de Polícia Judicial do 2ª (DPJM).

Em nota, a Prefeitura do Rio informou que está em contato com a família jovem congolesa e discute a melhor solução para eles. “Não vemos impedimento de assumir outro quiosque, se assim o desejarem, pode estar no Recreio, no Parque Madureira ou até no Cais do Valongo”, disse a prefeitura, que declarou que os detalhes estão sendo discutidos em conjunto com a Orla Rio, concessionária que administra os quiosques.

Além da concessão à família de Moïse, a prefeitura havia anunciado no último fim de semana que o quiosque seria transformado em um memorial e ponto de difusão da cultura dos países africanos.

A surra de Moïse foi gravada pelas câmeras de segurança do quiosque. Nas filmagens, é possível ver que o congolês foi batido no chão por um homem e, na sequência, recebeu vários golpes dos assaltantes, que continuavam batendo mesmo depois de imobilizado e sendo desacordado.

Três homens que participaram das agressões a Moïse foram presos temporariamente e tiveram suas prisões confirmadas em audiência de custódia. São eles Fábio Pirineus da Silva, o Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove, e Brendon Alexander Luz da Silva, o Tota.

Ao se reunir com a família do jovem, na última quinta-feira, o promotor de Justiça responsável pelo caso, Alexandre Murilo Graça, disse que a apuração do homicídio não terminou com a prisão dos três homens que estavam flagrados. De acordo com ele, os eventuais correlatos de crimes também serão esclarecidos.

” Não podemos antecipar o que será feito para não colocar em risco a investigação. Mas todos os fatos relacionados ou correlatos ao homicídio serão investigados e esclarecidos. Estamos diante de um crime bárbaro, daremos uma resposta. O Ministério Público está trabalhando com toda a sua estrutura para levar essas pessoas a julgamento e prestar socorro às vítimas, ” ele disse.

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