
Liberação de cânions do Capitólio alimenta expectativa de turismo | Agência Brasil
Quase três meses depois de um paredão rochoso desfilar sozinho e bater em quatro pistas, matando dez pessoas e ferindo várias outras, os canyons do Lago de Furnas, no Capitólio (MG), voltaram a ser reabertos para visitar turistas.
A liberação parcial das visitas náuticas aconteceu no último dia 30, com o aval da prefeitura. Além de estabelecer novas regras, como a obrigação dos motoristas de manter os navios a uma distância mínima dos paredões e de respeitar os limites estabelecidos para cada trecho do percurso, o município-distante cerca de 282 quilômetros de Belo Horizonte-contratou uma equipe de geólogos para avaliar, diariamente, a estabilidade dos blocos de pedra.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Arantes Barros, o movimento de turistas no último fim de semana, o primeiro desde a reabertura, era pequeno, com uma média de cerca de 80 grupos de visitantes / dia-como esta o controle não foi feito antes do acidente, no dia 8 de janeiro, não é possível fazer comparações. A expectativa, no entanto, é que o influxo de pessoas aumente gradativamente nas próximas semanas, principalmente em função das férias estendidas de Páscoa e Tiradentes.
” Uma precisa levar em conta que muitos fatores impactam o turismo, como a situação econômica, o preço do combustível, a estação do ano … Depois de tanto tempo, o movimento até que foi bom para um primeiro fim de semana. Principalmente considerando que era final de mês, ” Barros disse à Agência Brasil.
Membro do conselho de administração da Associação dos Empresários Do Setor de Turismo do Capitólio (ascatur), Vitor Vasconcelos afirma que as medidas de segurança adotadas após o acidente vêm sendo bem recebidas pelos visitantes e por quem trabalha com turismo.
” Uma coisa que nos preocupava era como as novas normas de segurança seriam recebidas. Revelou-se que todos os receberam muito bem. Os visitantes não estão apenas pisando todas as regras, já que continuam curtindo os passeios, ” comentou Vasconcelos. De acordo com ele, o influxo de turistas vem aumentando gradativamente desde fevereiro, dependendo das várias outras atrações turísticas da região.
“Hardly a pessoa que passar uma semana no Capitólio conhecerá mais da metade de nossas atrações turísticas”, garantiu Vasconcelos.
De fato, a cidade, que integra o Circuito Turístico Geral do General tem muito mais a oferecer do que os passeios náuticos pelo chamado “Mar de Minas”, como costumam ser chamados de 1.440 km² do lago da barragem de Furnas-que, por sua vez, também não se limita à área de canyons, onde foram identificados cinco pontos de maior risco de queda de rochas.
“Apenas uma única área do lago onde é possível passear ao longo de lancha foi interditada”, enfatizou Vasconcelos. ” Mesmo assim, com a notícia, a retração no movimento chegou a 95% logo após a tragédia. Mas se compararmos o resultado de abril deste ano com o dos anos anteriores, a diferença não foi mais tão grande. Também é preciso diferenciar as consequências do que aconteceu no dia 8 de janeiro do que várias cidades turísticas estão enfrentando, ” Vasconcelos comentou, citando, como exemplo, o impacto das fortes chuvas que atingiram o Estado no início do ano, impactando o turismo.
Regras
O decreto municipal que liberou os passeios náuticos em parte do Lago de Furnas estabelece que o retorno das embarcações deve ocorrer de maneira controlada. Todos os limites e faixas de segurança devem ser sinalizados. No caminho delimitado identificado como Trecho 1, será permitida a entrada de, no máximo, quatro embarcações por vez. Já o chamado Trecho 2 só pode ser acessado por uma embarcação de cada vez-e nenhuma parada será permitida nesta rota.
Conforme estipulado pelas autoridades locais, os barcos devem respeitar uma distância mínima dos paredões. Todos os passageiros devem assinar um termo de consentimento contendo diretrizes sobre as novas regras de visitação, como o uso obrigatório de coletes salva-vidas e capacetes. Embarcações de mais de 32 pés não podem acessar os cânions. Os demais, não podem ultrapassar 3 nós de velocidade.
De acordo com a prefeitura, as novas regras seguem as recomendações apresentadas pelos estudos geológicos realizados após a tragédia do dia 8 de janeiro e da Polícia Civil de Minas Gerais. No inquérito policial instaurado para apurar o que ocorreu, a Polícia Civil concluiu que eventos naturais provocaram o depressivo das rochas e que o “processo geológico de remodelação de socorro” é comum na região, favorecendo que os blocos rochosos quebrem.
A Polícia Civil apresentou dez sugestões para aumentar a segurança das atividades turísticas no lago-entre elas, a limitação do número de embarcações navegando, simultaneamente, pelos canyons, a melhoria do sistema de alerta e o mapeamento das zonas de maior risco.
“Durante o período em que o acesso aos canyons tornou-se interditado, pudemos criar e colocar em prática um plano de visitação para reforçar e garantir a segurança dos visitantes”, assegurou Barros, explicando que a Prefeitura do Capitólio ainda estuda a possibilidade de instalar contenções metálicas em pelo menos cinco pontos do lago, a fim de minimizar os riscos de deslizamento e queda de rochas.
” Estamos rodando de volta em recursos para fazer a contenção. Estamos avaliando também a possibilidade de instalação de um sistema de monitoramento eletrônico da área. De qualquer forma, a análise geológica diária, feita por profissionais contratados pela prefeitura, em conjunto com as demais normas, já trazem uma segurança para as atividades turísticas no lago, ” comentou a secretaria municipal.
Campanha
Depois da tragédia, os empresários decidiram se unir para promover as atrações turísticas da região. Uma campanha encabetada pela Associação dos Empresários Do Setor de Turismo do Capitólio (ascatur) já levantou perto de R$ 1 milésimos. Montante que será investido em um projeto que, além de divulgar as atrações regionais, busca conscientizar quem vive na região-principalmente aqueles que trabalham com o turismo-sobre a importância das regras de segurança adotadas após 8 de janeiro, quando um paredão rochoso desbloqueou e atingiu quatro pistas.
“Infelizmente, as novas normas vêm com muita dor pelas perdas”, disse Vitor Vasconcelos, membro da diretoria da Ascatur, referindo-se às medidas que a prefeitura impôs para autorizar o retorno dos passeios náuticos pela área de canyon do Lago de Furnas, como a obrigatoriedade de embarcações turísticas para manter uma distância mínima dos paredões rochosos para evitar acidentes em caso de queda de pedras.
” Desde janeiro, muitos especialistas chegaram à cidade para realizar estudos. Hoje, o turismo no Lago de Furnas é muito mais seguro e organizado, mas precisamos de moradores, empreendedores, enfim, todos que vivem na região para ter acesso a esses conhecimentos. Só assim percebemos a razão de que é a partir das novas regras e sabaremos apresentá-las e justificá-las aos turistas. “
De acordo com ele, as pessoas que visitaram os canyons do Lago de Furnas, desde o último dia 30, aceitaram bem as novas normas de segurança.
As empresas Setenta da região colaboraram com o projeto, possibilitando a contratação de uma empresa de comunicação para desenvolver uma planície a partir da próxima semana.” A arrecadação foi a parte fácil. Tanto que os próprios empresários já manifestaram interesse em um segundo turno, já que recebemos propostas muito boas e temos o objetivo de fazer esse tipo de investimento outras vezes, ” Vasconcelos reount.
A iniciativa da Ascatur soma-se ao projeto Revive Capitolio-Viva o Mar de Minas, anunciado pelo governo de Minas no início de fevereiro. A proposta do Estado prevê a destinação de R$ 5 milhões dos cofres públicos para promover a segurança dos trabalhadores e turistas, além do fortalecimento do turismo na região-um dos mais visitados do estado.
A primeira etapa do projeto estadual, já em andamento, inclui a realização de um diagnóstico geológico e estrutural detalhado. O segundo eixo prevê o aprimoramento dos planos de manejo costeiro; diretores; de zoneamento e de uso das águas não só do Capitólio, mas também de São José da Barra e de São João Batista da Glória, que aplicarão as regras em conjunto.
Além disso, o governo estadual e as três cidades deverão também promover, em parceria com órgãos públicos e entidades sociais, ações capacitivas para estimular o uso seguro e sustentável do Lago de Furnas. Por fim, o quarto eixo do projeto contempla ações de comunicação para divulgar o apelo turístico para todo o país.