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Luz infravermelha e busca por planetas: como o telescópio James Webb supera o histórico Hubble – Notícias – R7 Tecnologia e Ciência

A- A+ O telescópio possui um espelho primário maior que o do telescópio espacial Hubble

O telescópio possui um espelho primário maior que o do telescópio espacial Hubble

Reprodução/NASA

A nova aposta para descobertas e observações mais profundas do Universo é o telescópio espacial James Webb. Após alguns impasses no caminho, o dispositivo foi lançado no dia 25 de dezembro de 2021, e desde então já mostrou que supera, e muito, seu antecessor ainda em atividade: o telescópio Hubble.

O aparelho possui um espelho primário 2,5 vezes maior que o que equipa o Hubble. O Webb, que teve a montagem completamente concluída em 2016, tem como principal missão examinar a radiação emitida pela grande expansão do Universo, o Big Bang.

O telescópio carrega o nome de James Edwin Webb, o segundo administrador da Nasa, que ficou no cargo entre os anos de 1961 e 1968, e inicia as pesquisas como uma substituição do Hubble, que já está próximo de completar 33 anos de missão.

Esse novo lançamento da Nasa, da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Espacial Canadense (CSA), pode ser considerado uma substituição ao antigo telescópio pelas novas tecnologias desenvolvidas desde 1990.

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“O telescópio Hubble foi projetado na segunda metade dos anos 70 e construído na primeira metade dos anos 80, mas só foi lançado em 1990. Por sua vez, o Webb foi projetado e construído entre 2010 e 2020. Existem, portanto, mais de 40 anos de evolução em computação, materiais e tecnologias entre um projeto e outro”, destaca Roberto Dell’Aglio Dias da Costa, professor Associado do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP), em entrevista ao R7.

A diferença de tamanho entre os dispositivos também é significativa. O maior espelho do Webb permite que a superfície coletora de luz seja consequentemente mais extensa.

“O efeito disso é que [o Webb] consegue ver mais longe e melhor, de forma mais eficiente”, afirma Ricardo Ogando, astrofísico do Observatório Nacional (ON).

Outro aspecto que aumenta a precisão das imagens são novos detectores muito sensíveis e um campo de visão maior que do Hubble. A partir dessas tecnologias, o Webb conseguiu registrar imagens de campo profundo, como das primeiras galáxias, a região de formação de estrelas, chamada NGC 3324, na Nebulosa Carina, e os Pilares da Criação.

As primeiras imagens do telescópio mostram o espaço de forma mais detalhada

As primeiras imagens do telescópio mostram o espaço de forma mais detalhada

Reprodução/NASA

A característica essencial do telescópio é a captação de luz na faixa de comprimentos de onda infravermelha, fundamental para o cumprimento da missão do dispositivo. “Nessa faixa é possível estudar diversas características e detalhes que não são acessíveis com telescópios no solo”, explica o professor da USP.

A principal luz captada pelo Hubble é a luz visível, aquela que enxergamos, por isso as imagens feitas pelo telescópio acabam sendo afetadas pela presença de nuvens de gás no espaço.

“O mesmo não acontece com o infravermelho observado pelo Webb. Por isso, várias imagens dele parecem uma espécie de ‘raio-X’ do Hubble, penetrando no véu de gás e poeira, e regiões de formação estelar, revelando detalhes que escaparam pelo telescópio anterior”, detalha Ricardo Ogando.

Segundo Ogando, outra vantagem do Webb é a possibilidade de enxergar galáxias distantes, mesmo aquelas que emitem luz ultravioleta ou visível, mas que acabam chegando pelo infravermelho, devido à expansão do Universo.

“O motivo disso é que uma fonte luminosa, se afastando de nós, tem sua cor avermelhada pelo efeito Doppler, o mesmo efeito que faz com que o som de uma ambulância parece ficar mais grave ao se afastar de nós”, completa ele.

Isso significa que, de fato, as imagens traduzem de forma fiel, para a nossa visão, o que está no espaço. “Se uma estrela é mais quente ou fria, se está mais encoberta por gás, tudo isso vai se refletir nas imagens”, explica o Ogando.

Em janeiro deste ano, a Nasa divulgou que o telescópio fez a descoberta de um exoplaneta chamado LHS 475b, o primeiro descoberto pelo dispositivo. Apesar da novidade, os exoplanetas já são conhecidos desde os anos 1990 e, atualmente, existem cerca de  cerca de 5.300 catalogados.

O exoplaneta divulgado pela NASA foi confirmado na categoria pelo Webb

O exoplaneta divulgado pela NASA foi confirmado na categoria pelo Webb

Ilustração/Divulgação Nasa

O planeta extrassolar já era um “candidato” pelo TESS, satélite focado na busca por exoplanetas, mas foi confirmado como um exoplaneta por um estudo do Webb, que buscou por candidatos parecidos com o planeta Terra em torno de estrelas mais frias que o Sol, único capaz de realizar esse tipo de observação.

“Com a confirmação de que esse é realmente um exoplaneta parecido com a Terra, em termos de tamanho, resta confirmar se possui uma atmosfera e qual sua composição para responder a grande pergunta: será que é possível respirar em outros planetas da galáxia? Isso pode ter grande impacto em nossa procura por sinal de vida em outros planetas”, explica Ogando.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Filipe Siqueira

LEIA TAMBÉM: Telescópio James Webb: relembre a trajetória da nova aposta da Nasa para descobertas espaciais

  • O telescópio espacial James Webb, desenvolvido em conjunto pela Nasa, Agência Espacial Europeia (ESA) e Agência Espacial Canadense (CSA), foi lançado no dia 25 de dezembro de 2021 como a nova promessa para descobertas e observação do espaço. A intenção é que o Webb substitua o Hubble, que está em atividade desde 1990
  • O nome do telescópio é uma homenagem ao segundo administrador da Nasa, James Edwin Webb, que ficou no cargo entre os anos de 1961 e 1968. Apesar de ter consolidado diversos marcos e avanços para a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), o administrador da companhia é acusado de se envolver em políticas governamentais de perseguição à comunidade LGBTQIA+, o que gerou pedidos de mudança do nome do telescópio
  • Desde o lançamento do Hubble, muitas novas tecnologias foram desenvolvidas pelos cientistas, como a captação de infravermelho, e por isso o Webb foi lançado como uma tecnologia de última geração. A missão primária é examinar  a radiação infravermelha resultante da grande expansão (Big Bang) e realizar observações sobre a
  • Essa é uma das primeiras imagens capturas pelo Webb e foi considerada a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo distante até hoje. Trata se dos primeiros registros das galáxias formadas após o Big Bang, formações que ocorreram 13 bilhões de anos atrás
  • Outra das primeiras imagens, reveladas em julho de 2022, captou as
  • Mais uma das conquistas do telescópio James Webb mostra a Nebulosa Tarântula, região de formação estelar intensa, de uma forma como nunca foi vista antes — exibindo milhares de estrelas jovens que nunca haviam sido identificadas. Além das estrelas, o telescópio revelou galáxias de fundo distantes e também a estrutura e composição detalhadas do gás e poeira da nebulosa
  • imagem07-02-2023-11-02-15
  • O telescópio espacial conseguiu registrar os famosos Pilares da Criação, nuvens de hidrogênio com poeira, que foram capturados em imagens em 1995 e 2014, pelo Hubble. Apesar do registro antigo, a foto realizada pelo Webb mostra alta qualidade de detalhes. A missão do James Webb não para por aí, podemos esperar muitas outras descobertas e fotos nunca antes vistas no ano de 2023!!
  • O telescópio espacial James Webb, desenvolvido em conjunto pela Nasa, Agência Espacial Europeia (ESA) e Agência Espacial Canadense (CSA), foi lançado no dia 25 de dezembro de 2021 como a nova promessa para descobertas e observação do espaço. A intenção é que o Webb substitua o Hubble, que está em atividade desde 1990
  • O nome do telescópio é uma homenagem ao segundo administrador da Nasa, James Edwin Webb, que ficou no cargo entre os anos de 1961 e 1968. Apesar de ter consolidado diversos marcos e avanços para a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), o administrador da companhia é acusado de se envolver em políticas governamentais de perseguição à comunidade LGBTQIA+, o que gerou pedidos de mudança do nome do telescópio
  • Desde o lançamento do Hubble, muitas novas tecnologias foram desenvolvidas pelos cientistas, como a captação de infravermelho, e por isso o Webb foi lançado como uma tecnologia de última geração. A missão primária é examinar  a radiação infravermelha resultante da grande expansão (Big Bang) e realizar observações sobre a
  • Essa é uma das primeiras imagens capturas pelo Webb e foi considerada a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo distante até hoje. Trata se dos primeiros registros das galáxias formadas após o Big Bang, formações que ocorreram 13 bilhões de anos atrás
  • Outra das primeiras imagens, reveladas em julho de 2022, captou as
  • Mais uma das conquistas do telescópio James Webb mostra a Nebulosa Tarântula, região de formação estelar intensa, de uma forma como nunca foi vista antes — exibindo milhares de estrelas jovens que nunca haviam sido identificadas. Além das estrelas, o telescópio revelou galáxias de fundo distantes e também a estrutura e composição detalhadas do gás e poeira da nebulosa
  • imagem07-02-2023-11-02-17
  • O telescópio espacial conseguiu registrar os famosos Pilares da Criação, nuvens de hidrogênio com poeira, que foram capturados em imagens em 1995 e 2014, pelo Hubble. Apesar do registro antigo, a foto realizada pelo Webb mostra alta qualidade de detalhes. A missão do James Webb não para por aí, podemos esperar muitas outras descobertas e fotos nunca antes vistas no ano de 2023!!
  • O telescópio espacial James Webb, desenvolvido em conjunto pela Nasa, Agência Espacial Europeia (ESA) e Agência Espacial Canadense (CSA), foi lançado no dia 25 de dezembro de 2021 como a nova promessa para descobertas e observação do espaço. A intenção é que o Webb substitua o Hubble, que está em atividade desde 1990

    Reprodução/NASA

  • O nome do telescópio é uma homenagem ao segundo administrador da Nasa, James Edwin Webb, que ficou no cargo entre os anos de 1961 e 1968. Apesar de ter consolidado diversos marcos e avanços para a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), o administrador da companhia é acusado de se envolver em políticas governamentais de perseguição à comunidade LGBTQIA+, o que gerou pedidos de mudança do nome do telescópio

    Reprodução/NASA

  • Desde o lançamento do Hubble, muitas novas tecnologias foram desenvolvidas pelos cientistas, como a captação de infravermelho, e por isso o Webb foi lançado como uma tecnologia de última geração. A missão primária é examinar  a radiação infravermelha resultante da grande expansão (Big Bang) e realizar observações sobre a ‘infância’ do espaço

    Reprodução/NASA

  • Essa é uma das primeiras imagens capturas pelo Webb e foi considerada a imagem infravermelha mais profunda e nítida do universo distante até hoje. Trata-se dos primeiros registros das galáxias formadas após o Big Bang, formações que ocorreram 13 bilhões de anos atrás

    Reprodução/NASA/ESA/CSA

  • Outra das primeiras imagens, reveladas em julho de 2022, captou as ‘montanhas’ e ‘vales’ repletos de estrelas brilhantes. Essa foto mostra a borda de uma região de intensa formação de estrelas, a NGC 3324, localizada na Nebulosa Carina

    Reprodução/NASA/ESA/CSA

  • Mais uma das conquistas do telescópio James Webb mostra a Nebulosa Tarântula, região de formação estelar intensa, de uma forma como nunca foi vista antes — exibindo milhares de estrelas jovens que nunca haviam sido identificadas. Além das estrelas, o telescópio revelou galáxias de fundo distantes e também a estrutura e composição detalhadas do gás e poeira da nebulosa

    Reprodução/NASA/ESA/CSA

  • O Webb capturou as fotos mais nítidas já feitas dos anéis de Netuno. A imagem também destaca pontos bastante brilhantes, que são nuvens de metano congelado nas altas altitudes do planeta

    SPACE TELESCOPE SCIENCE INSTITUT / ESA/WEBB / AFP

  • O telescópio espacial conseguiu registrar os famosos Pilares da Criação, nuvens de hidrogênio com poeira, que foram capturados em imagens em 1995 e 2014, pelo Hubble. Apesar do registro antigo, a foto realizada pelo Webb mostra alta qualidade de detalhes. A missão do James Webb não para por aí, podemos esperar muitas outras descobertas e fotos nunca antes vistas no ano de 2023!!

    Reprodução/NASA

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