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Pesquisa mostra que turismo e exportação geraram mais empregos no país | Agência Brasil

Municípios com vocação turística ou que sobressai na produção e exportação de commodities (produtos agrícolas e minérios comercializados no mercado internacional) estão contribuindo para a redução do desemprego no país, revela pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa analisou os 5.570 municípios do país, dos quais uma seleção de cidades foram feitas empregando pelo menos 10 trabalhadores formais. O resultado encontrado abrangeu mais de 660 municípios.imagem11-04-2022-20-04-47imagem11-04-2022-20-04-48

“Analisamos município o município como ele evoluiu o estoque de funcionários”, hoje (11) disse à Agência Brasil o economista da CNC Fabio Bentes. Foi considerado o período de julho de 2020, quando o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) começou a registrar saldos positivos, após a primeira onda da pandemia do novo coronavírus (covid-19), até fevereiro de 2022.

Em um ranking dos 20 municípios que mais geraram vagas de emprego, em termos relativos, os pesquisadores do CNC observaram que 15 deles são polos de turismo ou polos produtores e exportadores de commodities. “Dos 20, dez são de turismo, como Porto Seguro (BA), Araruama (RJ), Balneário Camboriú (SC), entre outros”. Em termos de commodities, os municípios com atividade de mineração predominam.

Destaques

De acordo com a pesquisa, Canaã dos Carajás (PA) foi o município com a maior variação positiva de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período: 66%, ou o equivalente à criação de 7.370 vagas. Já as quatro cidades nas seguintes posições do ranking são localidades com vocação turística: Porto Seguro (BA) registraram avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria (RS), com 44% (7.164); Araruama (RJ), com 39% (5.019); e Ipojuca (PE), com 37% (7.452). As commodities agrícolas também foram destaques nos municípios de Pederneiras (SP), com elevação de 23% dos postos de trabalho (2.590) e Santo Antônio de Jesus (BA), também registrando avanço de 23% (4.152), no qual as produções de frutas cítricas e cítricas, respectivamente.

De acordo com Fabio Bentes, a conclusão é que o efeito da retomada da economia, após as fases mais agudas da pandemia, privilegiando municípios produtores de commodities e, no caso do turismo, setor que mais sofreu na pandemia, foi observado que naquele momento tende a acumular a geração de empregos nos últimos 20 meses, e é o que vem se recuperando com mais clareza. “Foi o que mais pegou durante a pandemia, mas em compensação, e justamente por conta disso, é o que tem mais potencial de regeneração do mercado de trabalho”, disse Fabio Bentes.

O economista disse que, olhando para o Caged, o mercado de trabalho brasileiro gerou, naquele período de 20 meses, mais de 4,44 milhões de vagas, o que demonstra avanço de 12% no estoque de todos os municípios. ” Mas tivemos municípios com taxa de crescimento de 70%, 50%, 40%. Ou seja, uma indicação de que, passado as fases mais agudas da pandemia, o turismo, de certa forma, está conseguindo se regenerar “.

Bentes ressaltou que o setor ainda não voltou a empregar a mesma quantidade de pessoas que empregou antes da pandemia, da ordem de 3 milhões de trabalhadores em atividades turísticas. Hoje, está na casa de 2,8 milhões.

” É um setor que tem potencial de recuperação, mas por conta da deterioração das condições econômicas, como inflação alta, juros altos, certos serviços com preço variando significativamente tendem a colocar um freio nessa tendência de recuperação. Deixa em cena a crise de saúde e ela entra em cena essa deterioração das condições econômicas. Daí o Índice de Preços ao Consumidor Amplo [IPCA] de 11%, de 11%, que fere o setor de turismo, ” ele explicou. O economista não descartou, no entanto, que o número de empregados empregados pelo setor de turismo retorne aos limites anteriores à pandemia. Mas tudo vai depender da melhora da economia, do não surgimento de uma nova onda do covid-19.

Fabio Bentes disse que, após a criação de 2,76 milhões de vagas em 2021, ano em que a economia brasileira cresceu 4,6%, a perspectiva de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) mais modesto neste ano a partir da ordem de 0,5% deve levar à geração de menos empregos. Diante desse cenário, a CNC projeta para o saldo positivo deste ano de 1,61 aberturas de empregos formais de milésimos.

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