Superando a síndrome do impostor como uma líder feminina mais velha
Mesmo com décadas de experiência e um histórico de conquistas, a síndrome do impostor pode dar as caras, especialmente quando nos aventuramos em novos territórios ou navegamos em setores desconhecidos. Essa luta é especialmente prevalente para mulheres mais velhas que entram no empreendedorismo mais tarde na vida, onde as pressões do preconceito de idade e o peso das expectativas podem alimentar sentimentos de incerteza.
Eu conheço bem o sentimento. Aos 50 anos, depois de servir com sucesso como COO, fui convidado a assumir o papel de CEO na The Chooze Shop. Apesar de ter duas décadas de experiência e uma carreira abrangendo funções de liderança em ensino superior, vendas e consultoria, esses sentimentos de dúvida estavam me mordendo os calcanhares.
Mesmo agora, prosperando em meu papel, aquela voz interna às vezes ainda sussurra: “Você não pertence a este lugar”.
Ao longo dos anos, encontrei maneiras de confrontar essa voz, transformando minha experiência em um trunfo, em vez de uma fonte de dúvida. Aqui está meu conselho.
Estabeleça expectativas realistas
As mulheres geralmente são suas piores críticas. Esperamos perfeição de maneiras que não esperamos dos outros.
Sempre que estou em um evento, ouvindo um painel ou lendo sobre as conquistas de outra mulher, nunca pensei: “Elas parecem velhas. Elas sabem do que estão falando? Quem elas pensam que são?”. Mas minha voz interior frequentemente faz essas perguntas a mim mesma.
Cheguei a aceitar que nenhum líder é perfeito e que erros são uma parte natural da jornada. Como mulheres mais velhas, precisamos evitar agonizar sobre fotos profissionais, analisar demais nossas respostas a perguntas e duvidar do nosso direito de estar onde estamos.
Não use a preparação excessiva como muleta
No começo da minha carreira, eu me preparava demais, pensando que se eu pudesse cobrir todas as bases, eu afastaria qualquer sensação de inadequação. Mas essa constante preparação e compensação excessiva só alimentavam minha ansiedade – e era um sintoma da síndrome do impostor.
Aprenda a confiar em sua experiência e instintos. Quando essa dúvida se infiltrar, lembre-se das crises que você administrou, das equipes que você desenvolveu e das decisões difíceis que você tomou.
Recorra às suas experiências anteriores como uma forma de se tranquilizar: “Eu consegui. Já fiz isso antes e posso fazer de novo”.
Reflita sobre seu valor e impacto
Uma das maneiras mais eficazes que eu enfrentei a síndrome do impostor foi fazer um balanço regular das minhas contribuições. Como mulheres, nós frequentemente minimizamos nossas conquistas, passando rapidamente de uma tarefa para outra sem realmente reconhecer nosso impacto. Você precisa parar e refletir sobre como sua liderança influenciou sua equipe e a organização.
Pode parecer autoindulgente, mas mantenho um arquivo de e-mails, feedback positivo e dados mostrando minhas contribuições para me lembrar do que entreguei. Quando aquela voz interior de dúvida começa a surgir, posso recorrer a esses registros como prova tangível de minhas capacidades. E sim, celebrar essas vitórias, mesmo que silenciosamente, é algo que passei a abraçar. Afinal, se não pararmos para reconhecer nossos próprios sucessos, quem o fará?
Seja você mesmo sem pedir desculpas
Como uma líder feminina mais velha, nossa idade e experiência não são fraquezas, mas pontos fortes. Versões mais jovens de nós mesmas não tinham os mesmos insights ou resiliência que temos agora. Muitas vezes, as mulheres se retraem, preocupadas com como serão percebidas. Mas se não defendermos nossas ideias, se não formos donas de nosso espaço, nossas contribuições não serão ouvidas.
E lembre-se de ser você mesmo. Uma das mudanças mais libertadoras na minha carreira foi perceber que eu não precisava me conformar com estilos de liderança tradicionais, dominados por homens. Já se foram os dias de tentar imitar os figurinos poderosos dos anos 80.
As pessoas veem através de qualquer máscara que você use, e a inautenticidade só vai corroer sua credibilidade com o tempo. Mantenha-se fiel a quem você é e você pode construir confiança e respeito de equipes e colegas.
Transforme experiência em empoderamento
A síndrome do impostor pode nunca desaparecer completamente, mas não precisa te segurar. Como mulheres mais velhas na liderança, trazemos uma combinação inestimável de experiência, resiliência e sabedoria para a mesa. Meu conselho para qualquer um que esteja sentindo dúvidas sobre si mesmo é este: pare de esperar por permissão. Confie nas décadas de experiência que você acumulou, assuma suas conquistas e fale com confiança. Você ganhou seu lugar na mesa – é hora de aproveitar ao máximo.