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A Hashdex estava preparada para o inverno cripto. Mas não para a seca do venture capital


Quando o que ficou conhecido como inverno cripto chegou – período em que os preços de ativos caiu de forma rápida – o empreendedor Marcelo Sampaio, fundador e CEO da Hashdex, uma das maiores gestoras de criptoativos da América Latina com mais de 240 mil usuários usuários e R$ 4,8 bilhões sob gestão, não se assustou.

A razão para que Sampaio enfrentasse o período com tranquilidade foi simples: ele já esperava por isso. “Estava no nosso modelo”, diz o fundador da Hashdex, em entrevista ao Vida de Startup, programa do NeoFeed. “A gente não sabia que isso iria acontecer, mas esse mercado só te remunera ao longo do tempo porque você trabalha com uma incerteza enorme.”

O que Sampaio não esperava era a seca do venture capital, período que começou em meados de 2022 e que prossegue – em menor grau até hoje -, quando os investimentos secaram.

E olha que a Hashdex, que atualmente conta com três fundos ativos, dois de previdência, seis fundos passivos, além de ETFs, está com dinheiro em caixa.

Em 2021, a gestora havia atraído a atenção da Valor Capital e captou R$ 135 milhões em rodada que também contou com a participação de fundos como Softbank, Coinbase Ventures, Globo Ventures, Alexia, Igah Ventures, entre outros. No total, a companhia já levantou mais de R$ 150 milhões em aportes.

Mesmo assim, a Hasdhex teve de colocar o pé no freio para preservar caixa, pois não sabia quando o mercado iria se reabrir para uma nova captação. “Ninguém previu o inverno do venture capital”, diz Sampaio.

O empreendedor conta que precisou ajustar a operação para evitar a queima de caixa. “Você tinha um carro que andava a 300 km/h e precisou reduzir para 50 km/h”, diz Sampaio. “O problema era o quão rápido você precisava mudar isso.”

Entre outras coisas, o plano de internacionalização precisou ser interrompido. “A gente teve que desmontar esses planos de forma relativamente rápida e isso foi muito duro de fazer”, diz Sampaio.

Essa não foi a única decisão difícil que Sampaio teve de tomar. No começo da Hasdhex, em 2018, a gestora focou em em atender clientes institucionais nos Estados Unidos. O negócio, porém, não escalava na velocidade desejada por Sampaio.

“A gente estava errado. Tanto no país, como no tipo de investidor”, afirma Sampaio/ “A gente acreditava que o investidor sofisticado iria descobrir o cripto como a gente descobriu.”

A ascensão do mercado financeiro brasileiro no Brasil, com mais agentes autônomos, fez Sampaio enxergar uma oportunidade para focar a operação no varejo brasileiro. “A gente poderia levar uma mensagem de separação do joio do trigo de cripto para o mercado tradicional.”

Um fato curioso, que poderia ter implicações para a Hashdex, foi a crise da FTX. O empreendedor lembra que por pouco não abriu uma conta na corretora que se tornou alvo de um escândalo de fraude e que culminou na prisão de Sam Bankman-Fried, o fundador e CEO da FTX. “A gente só não abriu a conta porque eles não mandaram o documento”, conta Sampaio.





Fonte: Neofeed

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