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Chuvas persistem e afetam mais de 2,1 milhões de pessoas, em 446 cidades no RS; chega a 143 número de mortos


Bloqueio atmosférico causado por uma frente estacionária vai continuar provocando instabilidade no tempo, com volumes de 30 a 50 mm de chuva, ao menos até quarta (15); Cemaden considera muito alta a possibilidade de novos alagamentos em várias regiões

Foto por Gustavo Ghisleni / AFP)Visão parcialmente obstruída da estrada RS 129 após inundações causadas por fortes chuvas em Encantado, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, em 10 de maio de 2024.
Chuva persiste no Vale do Taquari e o rio Taquari, que passa pela Região dos Vales, subiu 7 metros em 24 horas

A Defesa Civil do Rio Grande do Sul atualizou para 143 o número de mortos devido às inundações causadas pelas chuvas que atingem o Estado desde 27 de abril.  No boletim atualizado na manhã deste domingo (12), o número de desaparecidos permanece em 125. Agora, são 446 os municípios atingidos – do total de 497 -, afetando 2.115.704. Já são 806 os feridos e 537.380 os desalojados. Os abrigos atendem 81.170. Até o momento, um efetivo de 27.589 aliado a um sem-número de voluntários, já resgatou 76.399 pessoas e 10.555 animais. São utilizados 4.398 viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações. Os trabalhos de resgate não cessam e autoridades e população seguem ainda mais apreensivos, já que houve chuva durante todo o sábado e madrugada do domingo em diversas regiões do Estado. A chuva persiste no Vale do Taquari e o rio Taquari, que passa pela Região dos Vales, subiu 7 metros em 24 horas. As águas voltaram a superar a cota de inundação (19 metros) na cidade de Estrela. Conforme medição da Defesa Civil do município, o patamar estava em 20,88 metros às 7h deste domingo (12). Houve um alerta de risco de inundação por volta das 22h, informando que o rio poderá “apresentar elevação gradual em seus níveis a partir da madrugada e manhã de domingo, gerando ainda mais transtornos à população, especialmente aos moradores próximos ao rio”.  Devido às inundações, Rodovia BR 386 está interditada na altura da cidade de Montenegro. A Rota do Sol, estrada que liga Caxias à Região de Garibaldi e Bento Gonçalves para o Vale do Taquari também está interditada devido quedas de barreiras. A ponte que liga Lageado e Estrela está aberta normalmente. Na capital, as águas do Guaiba também voltaram a subir na manhã deste domingo (12).

Mais chuvas

Um bloqueio atmosférico causado por uma frente estacionária vai continuar provocando instabilidade no tempo do Rio Grande do Sul com volumes de 30 a 50 milímetros (mm) de chuva, pelo menos até quarta-feira (15), quando está prevista a entrada de uma massa polar. A informação é do meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Glauco Freitas. Segundo Freitas, esses volumes em situações anteriores não provocariam esse descontrole, mas agora, com a quantidade de chuva dos últimos dias, qualquer incidência acima de 10 mm traz preocupação e, quando atinge 30 mm, causa transtornos à população. “Esse sistema deve permanecer, pelo menos, até quarta-feira, provocando chuva. Na quarta-feira teremos a entrada de uma massa de ar polar, abrindo o tempo em grande parte do estado”, disse em entrevista à Agência Brasil. O meteorologista adiantou que o avanço intenso da massa polar vai provocar queda nas temperaturas, que deve ficar em torno de 0°C em algumas regiões. Na Campanha, a mínima pode ficar perto de 2°C a 3°C e, em Porto Alegre, perto de 10°C. “Há previsão de bastante frio nesta região no decorrer da próxima semana”, afirmou, acrescentando que o estado de Santa Catarina também será atingido. Freitas disse que existe uma expectativa de que a chegada do frio possa reduzir a quantidade de chuva, mas os modelos meteorológicos ainda não apontam essa situação. “A princípio ainda não vai conseguir quebrar o bloqueio [atmosférico que provoca as chuvas]. Há uma expectativa, mas até agora as análises e modelos não mostraram isso.”

Cemaden vê riscos

O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) alertou no sábado (11) que considera muito alta a possibilidade de novas ocorrências hidrológicas, como alagamentos, em várias regiões do Rio Grande do Sul, devido à previsão de chuva com possibilidade de altos acumulados para domingo, principalmente na porção centro-norte do Estado. O risco aumenta por estar somado à permanência das inundações, aos níveis fluviométricos (dos rios) elevados em vários municípios e ao deslocamento das ondas de cheia, decorrentes dos acumulados de chuva dos últimos dias e das condições de saturação do solo. O alerta vale para as mesorregiões Noroeste, Centro-Ocidental, Nordeste, Sudeste e Sudoeste Rio-Grandense e Metropolitana de Porto Alegre. Além disso, o Cemaden considera alta a probabilidade de ocorrência de deslizamentos nas mesorregiões Nordeste e Centro-Oridental do Rio Grande do Sul e na Região Metropolitana de Porto Alegre, principalmente na Serra Gaúcha, também devido à grande quantidade de chuva na última semana e à previsão de mais temporais no decorrer do dia. Neste cenário, há possibilidade de deslizamentos de terra esparsos, especialmente “quedas de barreira” à margem de estradas e rodovias e reativação dos deslizamentos já registrados.

Domingo e segunda

A meteorologista da Sala de Situação do Estado do Rio Grande do Sul, Cátia Valente, informou por meio de vídeo que as chuvas vão voltar a ser fortes, principalmente, neste domingo (12) e na segunda-feira (13). “Os volumes não são tão elevados, mas a nossa preocupação é que as chuvas vão voltar a ficar muito intensas ao longo de todo o domingo. Os volumes podem ser bastante expressivos desde o noroeste gaúcho, passando pelo centro, região dos vales, região metropolitana, serra e litoral norte”, alertou. Cátia Valente chamou atenção também para a condição de ventos fortes, especialmente, na parte leste do estado. “Muita atenção aos avisos e aos alertas da Defesa Civil do estado, porque novamente podemos ter respostas hidrológicas e, principalmente, podemos ter movimentos de massa, especialmente nas áreas mais elevadas”, destacou a meteorologista.





Fonte: Jovem Pan

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