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Incerteza eleitoral na França pode fazer com que haja bloqueio institucional, divisão de poder e renúncia de Macron


Franceses vão às urnas neste domingo (29) no primeiro turno das eleições legislativas; extrema direita aparece à frente nas pesquisas

EFE/EPA/OLIVIER MATTHYSemmanuel macron
Presidente francês, Emmanuel Macron, durante uma entrevista ao domicílio após um Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica

Neste domingo (29), acontece na França, eleições legislativas em meio a incerteza de como pode ser o próximo governo, já que pesquisas apontam a extrema direita à frente e com forte chances de chegar o poder pela primeira vez desde a libertação da França da ocupação da Alemanha nazista em 1945. Às vésperas do primeiro turno, em 30 de junho, uma grande pesquisa da Ipsos, publicada na quinta-feira, projeta uma vitória para o RN e seus aliados com 36% dos votos, seguido pela coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 29% ) e o partido no poder (19,5%). O resultado após o segundo turno, em 7 de julho, é, no entanto, incerto devido ao próprio sistema eleitoral: os 577 deputados são eleitos em círculos eleitorais não nominais, com sistema majoritário em dois turnos. Macron, cujo mandato termina em 2027, antecipou as votações em 9 de junho após a vitória de Bardella nas eleições europeias e agora corre o risco de compartilhar o poder com um governo de tendência política diferente, a menos de um mês do início Jogos Olímpicos em Paris. Essa votação fora de época acontece após presidente francês, Emmanuel Macron, fazer uma “aposta arriscada”, a qual os resultados podem desencadear em: bloqueio institucional, compartilhamento de poder com um governo de outra ideologia política ou até mesmo à sua renúncia.

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Bloqueio institucional

Após as últimas eleições na Assembleia Nacional (Câmara Baixa) em 2022, Macron não possuía maioria absoluta e o espectro político se dividiu em três blocos: a aliança governista de centro-direita, a oposição formada por partidos de esquerda e a extrema direita. Isso fez com que Macron fosse obrigado a costurar acordos com o partido de direita Os Republicanos (LR) para levar adiante suas grandes reformas como a migratória e a previdenciária, mas a antecipação das eleições implodiu esta formação. O resultado após o segundo turno, em 7 de julho, é, no entanto, incerto devido ao próprio sistema eleitoral: os 577 deputados são eleitos em círculos eleitorais não nominais, com sistema majoritário em dois turnos.

Caso se repita uma situação sem maioria absoluta para nenhum dos blocos, os partidos deverão realizar alianças parlamentares incomuns na França ou tentar governar, sob o risco de cair em uma moção de censura pelo restante dos partidos. Ao adiantar as eleições, Macron não pode dissolver a Assembleia mais uma vez em até um ano.  Estuda-se a possibilidade de um governo tecnocrático, como o de Mario Draghi na Itália (2021-2022), para evitar um bloqueio institucional, segundo um dos aliados de Macron.

Coabitação

O mandato do presidente francês termina em 2027, por isso em caso de vitória de um partido ou aliança opositora com maioria absoluta, faria com que Macron tivesse que compartilhar o poder com um governo de outra ideologia política. Desde 1958, dois presidentes tiveram “coabitações” durante parte de seus mandatos: o socialista François Mitterrand (1981-1995) com dois governos conservadores e o conservador Jaques Chirac (1995-2007) com um socialista. Os analistas não descartam uma eventual maioria absoluta do RN, que abriria a porta para uma coabitação entre Macron e o jovem líder ultradireitista, Jordan Bardella, de 28 anos.

Renúncia

Em caso de novo revés para a aliança de Macron, após o das europeias, o RN poderia recrudescer seus pedidos pela renúncia do presidente. A líder da formação ultradireitista, Marine Le Pen, já reiterou, nos últimos dias, que seria a única solução “para poder sair de uma crise política”. “Esse presidente da República, se tem medo do caos, por que não renuncia?”, se perguntou a eurodeputada esquerdista Manon Aubry.  Em uma carta aos franceses publicada na imprensa regional, Macron, cuja popularidade caiu ainda mais com a antecipação das eleições, prometeu ficar no poder “até maio de 2027”.

*Com informações da AFP





Fonte: Jovem Pan

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