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O que será do ‘eixo da resistência’? Saiba como a diplomacia iraniana vai agir após morte do presidente


República islâmica apoia grupos armados contra Israel, incluindo o Hezbollah, no Líbano, o Hamas, em Gaza, e os rebeldes houthis, no Iêmen

AHMAD AL-RUBAYE/AFPHomens penduram um enorme retrato do falecido presidente do Irã, Ebrahim Raisi, do lado de fora da embaixada iraniana em Bagdá
Homens penduram um enorme retrato do falecido presidente do Irã, Ebrahim Raisi, do lado de fora da embaixada iraniana em Bagdá

A morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero no domingo (19), traz um período de instabilidade para a República Islâmica do Irã, mas a diplomacia do país deve manter sua linha de atuação. Raisi era um dos principais candidatos a suceder o líder supremo Ali Khamenei, e sua morte é um desafio para as autoridades iranianas. No entanto, no cenário internacional, os analistas preveem a continuidade da abordagem, já que essa área é controlada pelo aiatolá Khamenei e pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional. “Pode surgir um sucessor tão conservador e leal ao sistema quanto Raisi”, diz Ali Vaez, especialista em Irã do International Crisis Group. “Na política externa, o guia supremo e os Guardiões da Revolução Islâmica continuarão a controlar as decisões estratégicas”, afirmou o analista na rede social X. Vaez prevê “mais continuidade do que mudança” em um período de incertezas e desafios significativos com os Estados Unidos e na região.

Farid Vahid, especialista em Irã da Fundação Jean-Jaurès, explica que Raisi estava totalmente alinhado com os Guardiões da Revolução, o que lhes deu muita liberdade de ação na região. A morte de Raisi ocorreu em um momento de grandes tensões entre Irã e Israel, em meio à guerra na Faixa de Gaza que começou em 7 de outubro. A situação se agravou em 13 de abril, quando Teerã lançou um ataque sem precedentes contra Israel, com 350 drones e mísseis, a maioria interceptada com a ajuda dos Estados Unidos e aliados. O Irã apoia grupos armados no “eixo da resistência” contra Israel, incluindo o Hezbollah libanês, o movimento islamista Hamas em Gaza e os rebeldes houthis no Iêmen.

Jason Brodsky, especialista do Middle East Institute, espera um “status quo” nessa frente. “Os Guardiões da Revolução seguem as orientações do guia supremo e mantêm contatos com o Hezbollah, os houthis, o Hamas e outras milícias na região. O modus operandi e a grande estratégia da República Islâmica permanecerão os mesmos”, explicou à BBC. Há também a questão nuclear. O Irã nega querer uma arma nuclear, mas não cumpriu os compromissos do acordo internacional de 2015 sobre suas atividades nucleares, em troca da suspensão de sanções. O pacto foi praticamente desfeito após a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, durante a presidência de Donald Trump.

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Ali Bagheri, responsável pelas negociações nucleares do Irã, foi nomeado chanceler interino nesta segunda-feira, após a morte do ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdolahian, no mesmo acidente que vitimou Raisi. Farid Vahid acredita que “o Irã só mudará radicalmente sua política externa em relação a Israel, Estados Unidos ou seu programa nuclear se houver uma mudança de regime”.

*Com informações da AFP





Fonte: Jovem Pan

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