Dia do Voluntário: 48% dos brasileiros já fizeram ações do tipo | Agência Brasil

Todos os domingos a secretária Iris Aparecida dos Santos e mais três voluntários acordam às 5h da manhã, para assar rolinhos quentinhos. São dois mil pães que vão parar na mesa de famílias cariantes de Planaltina (DF) e Planaltina de Goiás (GO). Além dos pães ela distribui sopas e outras refeições. ” Tudo, absolutamente tudo, vem de doações. Então o que eu faço é a medida do que eu ganho “, disse.

A vocação para ajudar vem de família. Há 60 anos, o avô de Irís fundou um centro espírita destinado a fazer caridade ” Essa questão de ajudar, fazer o bem, eu nasci nesse meio. E eu sempre fiz, sempre gostei. É a minha vida. ” ela destacou.

Seis anos atrás ela cuida da Postura de Assistência Maria de Nazaré (Pamana), que atende cerca de 30 famílias e 60 crianças. Lá, eles têm um trabalho de alfabetização, distribuição de alimentos. Tudo é baseado em doações. 

” Eu tenho, graças a Deus, uma grande corrente, uma rede de amigos, que são esses amigos que nos ajudam, através da doação de todos os itens, fazemos bazar, ganho móvel, eletrodomésticos, por todo o DF. E essas vendas vão nos ajudar a ajudar tantas famílias. ” A Iris também recebe doações de itens hospitalares, como cadeiras de rodas, cadeira de banho e macas, que emprestam a quem precisar. ” Eles usam e dão de volta. Então nós vamos ajudar várias pessoas, ” ele comemorou.

Assim como Irís, 48% dos brasileiros fazem ou já fizeram uma ação voluntária. E 71% dos brasileiros têm interesse em voluntariado. Os dados fazem parte de uma de uma pesquisa do Instituto Itaú Social e Unibanco, realizada pelo Datafolha, divulgada em comemoração ao Dia Internacional do Voluntariado, celebrado neste domingo (5).

Foram ouvidas 1.871 pessoas, a partir dos 14 anos, com o objetivo de analisar a perspectiva do brasileiro sobre voluntariado. Dentre os entrevistados 28% participa de ações de voluntariado pelo menos uma vez por semana.

O Dia Internacional do Voluntário é comemorado neste domingo- Arte / Agência Brasil

Entre as principais causas que gostariam de realizar estão assistência (doação de alimentos, vestuários), projetos de educação, preservação do meio ambiente, saúde, proteção animal e atendimento de pessoas em situação de rua.

No que diz respeito à doação, a maioria dos entrevistados, 91%, costuma fazer algum tipo de doação, em geral de alimentos.

Os dados são de pesquisas feitas pelo Instituto Itaú Social e Unibanco, realizadas por Datafolha- Arte / Agência Brasil

Solidariedade que aumentou na pandemia. A vendedora Fabiana de Oliveira Bezerra Gerber, que ajuda na doação de alimentos em Curitiba conta que, durante esse período, a ajuda foi muito maior e ela conseguiu montar uma cesta de alimentos muito mais recheada.

“Com toda essa crise que veio junto com a pandemia, as famílias [ajudadas] aumentaram além disso, o centro do qual Fabiana participa de ajuda com os cursos de fraternal e capacitação de capacitação”. O trabalho é muito gratificante: ver o sorriso deles, escutá-los para dizer que nossa conversa com eles faz bem. Isso não tem preço, ” disse.

O coordenador de Engajamento Social e Leitura do Itaú Social, chama a atenção para outro dado da pesquisa: 93% das pessoas entrevistadas reconhecem a importância da ação voluntária, mas 28% acham que é preciso ter uma formação específica para essa prática. Entre as pessoas não escolarizadas o número chega a 46%.

” Ou seja, as pessoas querem fazer, acham que é importante, mas acreditam que é preciso ter uma qualificação. Não porque o trabalho é voluntário de que pode ser feito de qualquer jeito. Especialmente quando se trata de ações voluntárias para a educação, é preciso reconhecer os desafios que a educação enfrenta. O voluntário precisa identificar quais são as necessidades do território, para então planejar ações para que, de fato, elas sejam adequadas e eficazes. “