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Além de Simone Biles, outros atletas citaram problemas de saúde mental na preparação para as Olimpíadas de Tóquio

Naomi Osaka, astro do tênis japonês que acendeu a pira na Abertura, havia desistido de duas competições importantes antes dos Jogos Olímpicos. Veja outros casos.

A desistência da ginasta Simone Biles, dos Estados Unidos, em competir na final individual geral da ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Tóquio levantou a discussão sobre a saúde mental dos esportistas.

Maior astro da modalidade aos 24 anos, Biles ficará de fora dessa prova depois de passar por uma avaliação médica em que a atleta optou por cuidar do seu bem-estar emocional. Na terça-feira, a atleta já havia deixado de participar de parte da competição por equipes depois de perder um salto.

E Biles não é a primeira atleta envolvida nestas Olimpíadas a ter sua trajetória afetada pela busca em cuidar da saúde mental. Veja outros casos.

Naomi Osaka, do tênis

 

A tenista Naomi Osaka acendeu a pira olímpica em Tóquio — Foto: Stefan Wermuth/Reuters

A tenista Naomi Osaka acendeu a pira olímpica em Tóquio — Foto: Stefan Wermuth/Reuters

A tenista japonesa trouxe à luz os desafios da saúde mental no esporte após desistir de competir no torneio de Roland Garros e Wimbledon — dois campeonatos Grand Slam, ou seja, entre os principais no calendário do tênis.

Osaka justificou que vem sofrendo “enormes ondas de ansiedade” e “longos surtos de depressão”. Ela revelou, também, que sente ansiedade social, e que isso a faz usar fones de ouvido entre as competições, além de não se sentir confortável nas longas coletivas de imprensa depois dos jogos.

Na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a tenista acendeu a pira olímpica — momento simbólico considerado o ápice do evento. Eliminada precocemente, Osaka revelou que se sentiu pressionada por participar em Olimpíadas. “Foi um pouco demais para mim”, disse.

Tom Dumoulin, do ciclismo

 

Tom Dumoulin, ciclista da Holanda, comemora conquista da prata na prova de estrada contrarrelógio nas Olimpíadas de Tóquio, na quarta-feira (28) — Foto: Thibault Camus/AP Photo

Tom Dumoulin, ciclista da Holanda, comemora conquista da prata na prova de estrada contrarrelógio nas Olimpíadas de Tóquio, na quarta-feira (28) — Foto: Thibault Camus/AP Photo

O holandês Tom Dumoulin, um dos melhores do mundo, deixou a concentração onde treinava em janeiro para, segundo ele, “esfriar a cabeça” e chegou a colocar em cheque sua continuidade no esporte.

O ciclista afirmou à imprensa que sentia ter esquecido de cuidar de si ao longo do ano anterior. O período sabático não durou cinco meses, e, aparentemente, fez bem. Dumoulin levou a medalha de prata na prova contrarrelógio do ciclismo estrada masculino.

“Estou feliz em voltar a ser um ciclista”, disse Dumoulin, após subir ao pódio.

 

Liz Cambage, do basquete

 

Liz Cambage, jogadora de basquete da Austrália, comemora após levar o bronze nas Olimpíadas de Londres, em 2012 — Foto: Sergio Perez/Arquivo/Reuters

Liz Cambage, jogadora de basquete da Austrália, comemora após levar o bronze nas Olimpíadas de Londres, em 2012 — Foto: Sergio Perez/Arquivo/Reuters

A jogadora, que representa a Austrália, desistiu de ir para Tóquio faltando um dia para a abertura. Cambage citou crises de ansiedade antes de entrar em uma espécie de “bolha” — ou seja, uma restrição de contatos quase absoluta entre competidores para evitar a transmissão da Covid-19.

“Depender da minha medicação diária para controlar minha ansiedade não é o cenário onde eu gostaria de estar agora. Especialmente em uma competição no maior evento esportivo do mundo”, afirmou, em postagem nas redes sociais.

“Eu me conheço, e eu sei que não posso ser a Liz que todos merecem ver competindo pelo time australiano. Ao menos não agora. Preciso cuidar de mim mental e fisicamente”, completou.

 

Sha’Carri Richardson, do atletismo

 

Sha'Carri Richardson, atleta dos EUA, durante competição na República Tcheca em maio — Foto: David W Cerny/Arquivo/Reuters

Sha’Carri Richardson, atleta dos EUA, durante competição na República Tcheca em maio — Foto: David W Cerny/Arquivo/Reuters

Desconvocada do time dos EUA no atletismo por uso de maconha, a corredora afirmou que fazia uso do entorpecente para se acalmar em um momento difícil — a morte da mãe biológica. Richardson vive no Oregon, estado onde o uso da maconha é permitido.

No entanto, em junho, antes da desclassificação, a atleta já falava sobre o difícil estado de sua saúde mental.

“Vocês me veem nesta pista e vocês veem a cara de paisagem que eu faço. Mas ninguém além da minha família e de meu técnico sabe o que eu passo dia após dia.”

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